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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Caio Fernando Abreu - Arco íris



Arco-íris

“Tentaram me fazer acreditar que o amor não existe e que sonhos
 estão fora de moda. 
Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, 
um a um, como fizeram com os deles.
 Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos.
 Em construir castelos sem pensar nos ventos.
 Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. 
A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes.
 Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica.
 Dá sempre pra tirar um coelho da cartola.
 E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, 
tentar acertar os passos. 
Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. 
Eu sei que vou. Insisto na caminhada. 
O que não dá é pra ficar parado. 
Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola.
 E refaço. Colo. Pinto e bordo. 
Porque a força de dentro é maior.
 Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários.
 É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim.”
                                                                                                                   ((Caio Fernando Abreu.))

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