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quinta-feira, 22 de novembro de 2012


Vontade proibida


Olha assim para mim e depois não negues que me desafias, nesse instante em que denuncias a tua vontade de me teres.

O meu corpo no teu encostado, o calor do teu desejo acordado pela resposta que esperavas e não neguei.
Hesitas numa fútil reacção, a necessidade de negação de uma vontade proibida nessa alma esquecida por quem devia acarinhá-la.

A pele que me embala adiante, abraçar-te de rompante para vergar a ténue resistência e eliminar essa prudência que te impede de ser feliz.

Esse olhar que me diz estar na hora de mostrar o quanto quero provar que sou digno de tal anseio, de te exibir o quanto quero substituir quem te permite privação.
Acelera-me o coração com a tua revolta de mulher que sabe bem o quer e muito sente a falta de um amante que te sinta importante e te arraste nos seus braços para um leito que sentes pedestal.

O teu momento especial, negado por quem o deve, criado por quem atreve aceitar o desafio nesse olhar que exibe o cio de uma fêmea sedenta de paixão.
O toque da minha mão nas tuas costas, a expressão que confirma que gostas de sentir este apelo selvagem e embarcas na louca viagem sem os medos postiços que alguém te incutiu.

A loucura que te possuiu nesta altura é genuína, o grito de prazer que me anima a cuidar de ti como uma jóia. Preciosa para desfrutar, diamante por lapidar, escondida num cofre privado por um amor desencantado que te trata como uma posse e todos os dias esquece a fortuna que toda tu constituis.

Aos meus olhos aquilo que possuis é uma fabulosa riqueza e apago essa tristeza com a prova que te faltava, o teu corpo ansiava pela chama intensa de um desejo carnal, a vontade imensa de um orgasmo final que te liberte e no fundo te desperte para a vida que queres absorver.

Pelo corpo de mulher que acarinho, esse olhar meigo que adivinho ser espelho da tua gratidão por toda a emoção que me empenhei suscitar quando me permitiste amar naquele dia o olhar que dizia preciso de me sentir desejada.

Sem presumir desrespeitada a dignidade e a nobreza que a tua pessoa dá a certeza de fazer parte do todo que te faz.

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