Eu
nunca fui do tipo de pessoa que se apaixona todo mês, imagina príncipe
em qualquer idiota que vê pela frente e todas essas bobagens. Sempre fui
esperta, sempre. Até me acontecer você. Comecei a sentir coisas
estranhas, que eu não reconhecia,
não conhecia, mas era bom. Descobri que sou ciumenta, acredita? Nunca
tive medo de perder ninguém antes. Acho que eu só recebi e nunca me
entreguei. Nunca tive medo, porque nunca confiei meu peso nas mãos de
outro alguém, sempre me segurei, ainda que aos trancos. Mas aconteceu
você. E todo o resto foi acontecendo também, de forma natural, sem me
pedir licença ou permissão. Eu só acordei um dia e entendi que tava
apaixonada ou quase isso. Então me diz, pra que essa desconfiança toda,
se a vida chega invadindo e a gente não consegue controlar? Como eu
posso te curar, se você não deixa eu ver tuas feridas? Você gosta muito
de mim, tudo bem, eu já entendi. Mas e aí? Eu gosto de chocolate e deixo
guardado no armário, gosto de sorvete e só tomo de vez em quando, gosto
de roupas que eu esqueço que tenho. Entende? Eu tava acostumada a ser
esperta e não sei bem como conviver com essa insegurança toda, esse medo
de não ser o suficiente, de perder. Então colabora e me faz dormir em
paz, porque eu fui tua por mais um dia e você vai dar o seu melhor pra
ser assim todas as noites. Tô falando de confiança, de vontade de fazer
dar certo, acreditar que vale a pena. Nem me passa pela cabeça te
deixar, mas andar sozinha no escuro cansa. Acende a luz ou anda comigo.
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