Confesso-me diante de ti, pois só você reconhece a verdade,
companheiro de tantos anos e desabafos,
guardaste em ti a minha realidade...
Para ti sou água cristalina,
que rara se perde na poluição,
sou sincera diante do teu branco,
que me seduz a cada confissão...
Nem o espelho que reflete minha imagem
ou o travesseiro que absorve minhas lágrimas
são capazes de compreender as mágoas
que maceram a minha alma e por temor me invadem...
Que melhor amigo poderia ter,
para me acompanhar nesta vida de solidão,
do que o branco e imparcial papel,
que me traz perene inspiração...
Quando sobre ti desabrocho em palavras
minha alegria ou decepção,
torno o teu branco um rascunho,
para os pesares que convulsionam o meu coração...
Meu amigo papel, parceiro de tantos versos,
que és testemunha invulgar da minha triste imperfeição,
aqui diante de ti me revolto, confesso e,
grito os indícios dessa grande emoção...
Sou toda fragilidade e desencanto,
sou remorso e lamentação,
sentimentos que o meu corpo irascível declara
ao real amparo de tua eterna compaixão...
Uma declaração de amor e dependência ao meu inseparável amigo, papel...
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