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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Segredos da noite


Segredos da noite
Bráulio de Moraes
21:15 horas – 21 Fev 2005

Ela está de volta...
Como todos os dias ela fica na minha espreita para saber como foi meu dia... Como foram os meus negócios... Como foram os meus pensamentos em relação ao viver.
No seu eterno silêncio ela tenta mostrar o que não consegui entender e discernir em mais uma jornada vivida.
Ela transforma meus pensamentos numa grande arca de dúvida e incerteza.
Ela confunde minha mente com perguntas em relação ao novo dia.
Ela frustra os meus sonhos com o que não pode me oferecer.
E enquanto tento dormir, ela ilude meu coração com o amor de quem não se importa pela minha presença ou minha pessoa.
Tudo em sua volta se transforma em descobertas... Novidades... Aventuras... Lembranças e recordações de momentos felizes que vivi.
Com ela na minha espera não existe segredos ou mistérios que não possa desvendar.
Não existe meio termo.
Não existe vitória ou derrota.
Não existe a volta ao tempo e nem esperança de uma reconquista.
Suas atitudes as vezes faz com que as lágrimas escorram dos meus olhos sem nenhuma justificativa ou razão.
Em outras vezes a mesma atitude faz com que eu relacione os fatos para aprender um pouco mais do que é viver.
Assim como todos os dias, a sua rotina é tentar fazer com que eu mude a forma de ser... De agir e de pensar.
A capacidade que ela tem de envolver quem nela confia seus pensamentos transforma o mundo daquele que se entrega de corpo e alma para entender o que há de mistérios em seu interior.
Quem vive do seu silêncio consegue se envolver com certa facilidade, mas se perde pelos caminhos que quer percorrer por não querer se aprisionar ou sofrer pelo que não consegue entender em certos momentos.
A sua maior virtude é esperar pelo que vem ao seu encontro não importando o que possa acontecer.
Ela enxerga além daquilo que um ser humano pode enxergar.
Ela é a real testemunha do choro... Da lamentação... Da enfermidade... Da alegria... Da felicidade e do prazer de viver daquele que se sente importante não importando em que condição está vivendo.
Não sua hora não há quem diga que ela e feia... Fria... Desumana e triste.
Não há quem diga que não se sente simpatizado pela sua essência... Pela sua dependência... Pela sua fragilidade...
A sua luz depende de como está o interior de cada um não importando as incógnitas que ela lança de encontro dos seus simpatizantes e admiradores.
Ela é apenas mais uma espectadora da nossa alegria e da nossa tristeza nas horas em que não encontramos respostas para nossas perguntas e nem soluções para nossos problemas.
Ela é apenas a noite e nada tem a oferecer, além do que se passa em nossa imaginação num momento de transformação e transição.
Assim é a noite.
 
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