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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Cultivar no coração


Qual a primeira qualidade a cultivar no coração – perguntou um dos filhos de Zebedeu – para que nos sintamos plenamente identificados com a grandeza espiritual da tarefa?
– Acima de tôdas as coisas – respondeu o Mestre – é preciso ser fiel a Deus.
A pequena assembléia parecia altamente enlevada e satisfeita; mas, André inquiriu:
– Mestre, estes últimos dias, tenho-me sentido doente e receio não poder trabalhar como os demais companheiros. Como poderei ser fiel a Deus, estando enfermo?
– Ouvi. – Replicou o Senhor com certa ênfase.
– Nos dias de calma, é fácil provar-se fidelidade e confiança. Não se prova, porém, dedicação, verdadeiramente, senão nas horas tormentosas, em que tudo parece contrariar e perecer. O enfermo tem consigo diversas possibilidades de trabalhar para Nosso Pai, com mais altas probabilidades de êxito no serviço'. Tateando ou rastejando, busquemos servir ao Pai que está nos céus, porque nas suas mãos divinas vive o Universo inteiro!...
“André, se algum dia teus olhos se fecharem para a luz da Terra, serve a Deus com a tua palavra e com os ouvidos; se ficares mudo, toma, assim mesmo, a charrua, valendo-te das tuas mãos. Ainda que ficasses privado dos olhos e da palavra, das mãos e dos pés, poderias servir a Deus com a paciência e a coragem, porque a virtude é o verbo dessa fidelidade que nos conduzirá ao amor dos amores!”
O grupo dos apóstolos calara-se, impressionado, ante aquelas recomendações. O luar esplendia sobre as águas silenciosas. O mais leve ruído não traía o silêncio augusto da hora.
André chorava de emoção, enquanto os outros observavam a figura do Cristo, iluminada pelos clarões da Lua, deixando entrever um amoroso sorriso. Então, todos, impulsionados por soberana força interior, disseram, quase a um só tempo:
– Senhor, seremos fiéis!..."

("Boa Nova", Humberto de Campos/Francisco Cândido Xavier)

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