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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Aurora que me Adivinha



A Aurora que me Adivinha
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Nesse teu olhar de peregrino,
Que te dá um jeito tão divino,
Escondes o azul que me enleia,
És meu oceano e eu, tua sereia.

Amo-te assim e tanto e tudo
Meu insaciável furacão,
Com o mesmo amor mudo
Que um poeta ama a paixão.

Mar revolto ou férreo deserto,
Salva-me teu corpo em alívio,
Me perfuma teu odor aberto,
Ora de enigma, ora de fascínio.

Assim como queima o incenso,
Tal é o desejo que me arde,
És o deus do meu anseio intenso,
Que me toma e doma sem alarde.

Ah! Essa tortura... minha delícia...
Que tão suave mas tão forte,
Fazes renascer na tua carícia,
Minh'alma tantas vezes à morte.

Teus meandros amorosos...
Tua pele, tuas mãos nervosas...
Com movimentos langorosos,
Compõem-me em notas maviosas.

Muitas vezes me tens perdida,
Na tua sanha misteriosa,
São teus beijos... ou mordidas,
Que me colhem tensa rosa.

Adivinhas-me tua amante...
Com risos, desse meu sem jeito,
Mas pousas, logo, num instante,
Lábios e mãos sobre meu peito.

Serena, tal lua em céu bordado,
Sob teus suspiros e gemidos,
Meu grito em lume arrebatado,
Ecoa em silêncios consumidos.

Minha sede em ti se sacia,
Minha alma em ti se revigora,
Das minhas noites de agonia,
Tu és a luz da minha aurora. 
Lizete abrahão

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