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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A minha vida




Ontem - quando, soberba, escarnecias
Dessa minha paixão - louca - suprema
E no teu lábio, essa rósea algema,
A minha vida - gélida - prendias...

Eu meditava em loucas utopias,
Tentava resolver grave problema...
Como engastar tua alma num poema.
E eu não chorava enquanto tu te rias...

Hoje, que vivo desse amor ansioso
E, és minha - és minha, extraordinária sorte,
Hoje eu sou triste sendo tão ditoso!

E tremo e choro - pressentindo - forte,
Vibrar, dentro em meu peito, fervoroso,
Esse excesso de vida - que é a morte...

Euclides da Cunha

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