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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

TODOS OS DIAS UMA POESIA...




Como o pão e o café
que me alimenta a boca pela manhã,
paira uma poesia,
a alimentar-me a alma.
Entra,
bela, 
faceira,
formosa,
pelos meus olhos...
Desce-me às narinas,
enrola-me como segunda pele,
todo o corpo.
Arranha-me o dorso.
Tem mais fome, que a minha própria fome.
Todo dia um POEMA me possui.
Dilui-me nas veias.
Navega,
vísceras,
ossos,
quaisquer vestígios de poros.
Lança-se em mim, por mim, através de mim,
azul e rosa,
como as fases dos pincéis...
Deixa-me a tez em tons pastéis.
Rabisca-me
flores,
odores,
sabores,
luas,
estrelas,
vias láteas inteiras...
Cobre-me em manto.
Cintila!
às vezes, opaca, brilha.
É gérmen de trigo,
punhados de centeio,
a pura semolina,
a fatia da letra
que me sustenta
a existência,
por ser uma poesia,
que nasce em mim,
todos os dias.

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