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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Perseverança





Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, 
descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir.
 Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, 
por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena.
 O coração marejado, arrumo, como posso,
 os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos.
Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. 
Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.

Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, 
sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia.
 Se gente não fosse feita pra ser feliz,
 Deus não teria caprichado tanto nos detalhes.
Perseverança não é somente acreditar na própria rede. 
Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.

Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar.
 E eu estarei lá na beira da praia de novo. 

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