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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Como um vento na floresta



Como um vento na floresta. 
Minha emoção não tem fim. 
Nada sou, nada me resta. 
Não sei quem sou para mim.
E como entre os arvoredos 
Há grandes sons de folhagem, 
Também agito segredos  
No fundo da minha imagem.

E o grande ruído do vento 
Que as folhas cobrem de som 
Despe-me do pensamento : 
Sou ninguém, temo ser bom.

Fernando Pessoa.

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