“Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar.
Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que
sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar.
Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde,
arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão
livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.
in “Onde estivestes de noite” – 7ª Ed. – Ed. Francisco Alves – Rio de Janeiro – 1994″
Clarice Lispector
Clarice Lispector
Nenhum comentário:
Postar um comentário