Total de visualizações de página

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A poesia do sonho




Ela me pediu um punhado de estrelas
 Disse-me sorrindo que era pra guardar na caixinha 
 embaixo do travesseiro, pra espantar os pesadelos.
 Achei graça e fui em busca de um pedaço de papel,
 que tivesse algum azul brilhante pra poder atender ao seu pedido.
 Risquei daqui, cortei dali e em pouco tempo tinha nas mãos quase uma constelação inteira. 
Guardou uma a uma com cuidado para que não rasgassem,
 fitou-me por um instante e agradeceu-me aliviada como 
quem tivesse nas mãos uma arma pra espantar bicho-papão.
 Passei a noite a pensar que na vida não podemos contar com 
algumas estrelas feitas de papel para nos proteger dos monstros e pesadelos,
 quando somos crianças,  pensamos  que os problemas se resolvem apenas com um passe de mágica. 
Sinto muita falta do meu tempo de menina, quando bastava um beijo da minha mãe para que eu me sentisse imunizada de todo e qualquer mal.
 Desenhava castelos e dragões e não faltava é claro, o príncipe todo perfeito para me levar em seu cavalo branco e me fazer feliz para sempre. 
A gente cresce e descobre que tudo é tão diferente, que não é fácil erguer castelos , que não existem príncipes nem muito menos perfeitos, e o pra sempre é apenas até onde o sentimento nos levar.
 A vida é feita de muitas surpresas, não se traça caminhos com pedaços de giz, não se conquista amores com palavras soltas ao vento e não se chega a lugar nenhum apenas sonhando. 
E embora eu saiba que a realidade desse mundo é bem 
diferente da que eu esperava, ainda existe em mim a menina que conversa com a lua, que fica horas admirando o brilho das estrelas e que coleciona segredos em seu coração.
 Ainda que eu viva por mil anos, ou que tenha muitas vidas a viver, não deixarei morrer a poesia, porque ela é o que eu tenho de mais precioso em mim.
 (Claudia Santos) manchas na pele do rosto

Nenhum comentário: