Total de visualizações de página

domingo, 26 de agosto de 2012

Desencanto


Eu faço versos como quem chora

De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.



Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.



E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.



– Eu faço versos como quem morre.



Manoel Bandeira

Nenhum comentário: