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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ausência


Ando sumida, em silencio, perdida
A poesia ainda mora aqui,
Mas reprimida, guardada, sentida
Tem ficado quieta, escondida

Porque é fácil poetizar da vida
Fazer poema de saudade, de amor
De amizade, de dor,
Inventar poesia baseada em fantasia

Porque é fácil poetizar de amor.
Quando é amor de outro, inventado
Quando a dor é imaginária, criada
Quando se é somente escritor

Porque é fácil poetizar amor que finda,
Colocar em versos a dor que não se sente
Pegar emprestado a história de outro
E fazer versos emocionados

Porque é fácil para o poeta
Mergulhar em fantasia, imaginação
E fazer poesia somente imaginando
O que não está em seu coração

Mas é difícil colocar em versos
Aquela dor que é da gente
A dor que a gente sente
Que não é do desconhecido

Que não foi imaginada,
Que não precisa ser criada,
Que dói de maneira ardente
Que faz do poeta um carente

É a hora que o poeta silencia,
Que aborta sua poesia,
Porque é fácil poetizar sobre fantasia

Mas é impossível, colocar em versos
A dor que é realidade
Que vive acompanhada de saudade
Que faz ferida no peito

Quando o poeta cala, não poetiza
Some, não escreve, não socializa
É nessa horas que o poeta mais faz poesia
Mas os poemas que ele cria

São poemas pra ele mesmo
Porque cada poesia,
É um retrato triste do amor
Que o poeta teve um dia.

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